Parte da afiada equipe que lá trabalhava ficou órfã com o fim das atividades e resolveu então empreender com ajuda de sócios-investidores. Desde o início da pandemia, surgiram pelo menos três endereços no Rio comandados por diferentes ex-funcionários do mítico templo da gastronomia portuguesa — fundado em 1977 pelo alentejano Carlos Perico, que faleceu em 2016.
Confira a seguir quais são eles:
Escondido no primeiro andar de um apart hotel em Ipanema, o restaurante aberto em 2020 tem entre seus sócios o gerente Antônio Menezes, o Leitão, e o sommelier André Vasconcelos — que trabalharam no Antiquarius, respectivamente, por 20 anos e 8 anos.
Para compor a brigada, a dupla reuniu 27 ex-funcionários do extinto endereço do Leblon. O nome ("os meninos de ouro" em tradução livre), aliás, é uma referência ao apelido que o saudoso Carlos Perico dava para equipe do Antiquarius.
Uma das boas entradinhas do Gajos, o camarão à galinho de quintino (R$ 85 a porção), homenagem ao ídolo Zico, traz os crustáceos em ótimo ponto de cozimento banhados em azeite, alho, pimentão e pimenta-malagueta.
Vale provar também a tigelinha de bacalhau à moda das madres (R$ 85), espécie de suflê mais cremoso. Dos pratos principais, escolha entre o imperdível e farto arroz de pato (R$ 128) e uma das dezesseis receitas com bacalhau. Sobremesa para compartilhar que bomba de likes no Instagram, os ovos nevados (R$ 41) são servidos com creme inglês e fios de caramelo, numa atraente apresentação.
Rua Prudente de Morais, 1008, Ipanema, tel.: 3449-1546/1483.
Com matriz em Botafogo e uma filial inaugurada em julho na Barra da Tijuca, é outro endereço português da nova geração que carrega o DNA do Antiquarius. Entre seus proprietários estão os maîtres Uedson Dias e Luciano Fernandes, que lá deram expediente por mais de 30 anos.
Uma das melhores entradas é a casquinha de siri gratinada (R$ 40), que fica ainda mais apetitosa com a suave pimenta da casa. Entre os pratos principais, fizeram bonito o bacalhau em natas (R$ 95) com batata sautée e cebola, e o arroz de camarão e tamboril (R$ 80), cozido no caldo de peixe, rico em sabor e com um toque de coentro na medida.
Para finalizar, há clássicos da confeitaria portuguesa, como a siricaia. Em medida simpática, a casa não cobra rolha de vinho (somente a partir da segunda garrafa, paga-se R$ 50).
Rua Paulo Barreto, 64-A, Botafogo, tel.: (21) 3435-9376/90.
Casa Shopping, Bloco N, Barra da Tijuca, tel.: (21) 3030-7418/19.
Inaugurada em agosto no térreo do hotel LSH by Own, na Barra da Tijuca, a casa tem no comando da cozinha Clóvis Florêncio, que atuou por 37 anos no Antiquarius. De frente para a orla, a concorrida e ampla varanda detém a preferência do público na hora de petiscar sugestões como os bolinho de bacalhau (R$ 38), casquinha de siri (R$ 38) e a alheira com aspargo, ovo frito, parmesão e manteiga trufada (R$ 55).
Uma das pedidas certeiras com bacalhau, o à lagareira (R$ 125) traz o lombo empanado e depois levado ao forno com azeite, alho, cebola, batata, brócolis e azeitona. Na visita realizada, surpreendeu uma receita nada lusitana: os camarões envoltos em ótimo molho de curry (R$ 135) com arroz de amêndoa.
Rua Professor Coutinho Fróis, 10, Barra da Tijuca, tel.: (21) 3798-2852.
Fabio Wright
Jornalista paulistano que transita semanalmente entre São Paulo e Rio, já escreveu sobre gastronomia para grandes veículos, como Veja São Paulo, O Estado de S. Paulo e Época São Paulo. Nos últimos dez anos, visitou dezoito países em busca de bons lugares para comer, beber, badalar e exercitar a boemia. Compartilha também suas descobertas no site e Instagram Taste and Fly.