Rotas literárias no Rio oferecem viagem pela vida de Machado de Assis
O projeto une tecnologia e informação e convida a um olhar que vai além das belas paisagens da Cidade Maravilhosa: descobrir a riqueza literária que está por trás de cada ponto


O Rio de Janeiro não tem só uma paisagem exuberante, vários restaurantes excelentes, praias magníficas e uma das sete maravilhas do mundo: o Cristo Redentor. Por lá, o público também pode fazer eios que misturam turismo, história e muita literatura com as rotas literárias.
Com audioguias disponíveis on-line, a iniciativa da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), em parceria com as startups Glocal Audio Guide e Que mais tem lá? (QMTL), oferece dois roteiros pela cidade maravilhosa: a rota Rio Literário, com foco na história da literatura fluminense, e a Rota Machado de Assis, sobre os cenários fluminenses que fizeram parte da vida do autor. Esses eios am por locais onde autores icônicos para a cultura brasileira, como Lima Barreto, Clarice Lispector, Cartola, Noel Rosa e Rachel De Queiroz, viveram.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, contou à CNN Viagem&Gastronomia que o projeto uniu tecnologia e informação para olhar o Rio de Janeiro de outra maneira. “Com o celular na mão, as pessoas vão poder caminhar nas duas rotas literárias e descobrir o que há de nossa literatura pelas ruas da nossa cidade, entender a riqueza cultural, histórica e literária que está por trás de cada ponto. É um atrativo que, claramente, contribui para a busca por livros e pela história”, afirmou ele.
Além de aprimorar a experiência de leitores e incentivar o consumo de cultura, a iniciativa impulsiona o desenvolvimento econômico nas regiões turísticas, segundo Freixo.
“Com isso, geramos novos produtos, que ajudam a ampliar a permanência do turista no destino e contribuem para impulsionar o desenvolvimento econômico em regiões turísticas. Quanto mais tempo o turista fica na cidade, mais ele consome e movimenta a economia local”, completou.
Freixo ainda afirmou que criará outras rotas literárias pelo país. “O turismo cultural é muito forte mundo afora e o Brasil tem um potencial enorme nessa área para ser colocado como produto nas prateleiras internacionais. É isso que estamos fazendo nesse projeto, que começa no Rio de Janeiro, mas será replicado em outras cidades do Brasil”, completou.
As rotas Rio Literário e Machado de Assis ficam disponíveis gratuitamente neste site por meio de audioguias — basta ar o link e realizar o eio de sua preferência.
Como são os eios?
A rota Rio Literário se aprofunda nas narrativas dos autores atemporais, poetas e músicos do Rio de Janeiro, que marcaram as profundezas da nossa cultura. O público explora pontos como a biblioteca Real Gabinete Português de Leitura, frequentada por grandes nomes da literatura brasileira, e a Confeitaria Colombo, onde intelectuais cariocas se reuniam.
Já a Rota Machado de Assis a por locais que faziam parte do cotidiano do escritor, começando pela Academia Brasileira de Letras, onde há uma estátua do autor. Em seguida, a por pontos como o Tribunal de Contas do Rio, onde morou Machado de Assis e a sua esposa Carolina, a antiga Rua dos Barbonos, cenário do famoso conto “A Cartomante”, que explora o amor e a tragédia da vida, e finaliza o eio no Capitu Bar.
Com o nome da personagem mais famosa de Machado de Assis, a casa é uma homenagem à antiga vida boêmia carioca e um centro cultural no Rio. No site oficial da agência Que Mais Tem Lá? (QMTL), a recomendação é pedir a feijoada ou o arroz de bacalhau do estabelecimento e uma caipirinha do estabelecimento.
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Também é possível fazer o eio presencialmente. Para isso, a startup Que Mais Tem Lá? fez uma parceria com a agência turística Milênio Receptivo Rio, da proprietária Lara Chateaubriand. Ela contou à CNN Viagem & Gastronomia que os trajetos usam o roteiro da Embratur como base, mas ocorrem de forma privativa às quartas-feiras, por cerca de três horas.
Para a empresária, a rota permite um “olhar diferenciado” sobre o Rio de Janeiro. “[O turista] imerge no mundo do Machado de Assis, porque amos por onde ele caminhava, por onde ou e perto de onde morou”, completou.
Até o momento, foram realizadas apenas três edições presenciais. “Em cada uma delas, vamos agregando algumas coisas [no roteiro]”, pontua.
Os valores dos eios privados dependem da quantidade de pessoas no grupo. Como é um projeto recente, ela afirma que não consegue dar um preço exato até o momento desta publicação.
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